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Em SP, Milkshake Festival celebra a diversidade e reúne diferentes gerações da música

Antes da 22ª edição da Parada do Orgulho LGBTQ+ em São Paulo – considerada a maior do mundo, a cidade recebeu um esquenta pra lá de especial. A segunda edição do Milkshake Festival, que aconteceu neste sábado, 2, na Arena Anhembi, celebrou a diversidade e reuniu diferentes gerações da música brasileira em quatro palcos.

Diferente do ano passado, o festival foi transferido para um local a céu aberto e contou com mais de 16 horas, interruptas, de atrações para todos os gostos.

Shows do grupo Balão Mágico, Wanessa Camargo, Gretchen, Preta Gil, Daniela Mercury, Pabllo Vittar, As Baianas e a Cozinha Mineira, Gloria Groove, Rico Dalasam, além de apresentações de DJ’s e performances de drags queens agitaram os quatro palcos levantados na arena.

De acordo com a produção, cerca de 15 mil pessoas prestigiaram o evento.

Balão Mágico no palco do Milkshake Festival (Foto: Felipe Panfili/Divulgação)

Festival marcado por retornos

Dois grandes retornos marcaram esta edição do Milkshake Festival. O primeiro, foi a volta do grupo Balão Mágico, que retomou as atividades após 32 anos. Formada por Simony, Mike e Tob, a banda foi a segunda atração do evento, sendo responsável por receber o público que, aos poucos, ocupavam os espaços do Anhembi.

A apresentação contou com os principais clássicos do grupo infantil dos anos 80, como “Ursinho Pimpão” e “Superfantástico”, levando os mais velhos a um clima de pura nostalgia.

No palco, Simony aproveitou para mostrar o seu apoio à comunidade LBGTQ+, com mensagens de respeito e tolerância. “Que a gente possa ensinar a amar as pessoas e respeitá-las como são”, declarou.

Na sequência, mais uma volta marcou o festival. Após deixar o gênero pop em 2016 para se dedicar ao sertanejo, Wanessa Camargo retornou às origens e apresentou um show dançante e repleto de sucessos.

Com faixas do início de sua carreira, como “Sem Querer” e “Não Resisto a Nós Dois” até a sua fase eletrônica, em inglês, com “Falling For U” e “DNA”, a cantora mostrou toda a sua presença e energia sob o palco, além da gratidão de se reencontrar com o seu público.

“Já me disseram uma vez: esse público não vai te levar a nada. Mas esse público me deu tudo. Obrigado por me aceitar como sou. Eu aceito vocês como são”, disse emocionada.

Contudo, uma pequena confusão entre a produção do festival e a cantora resultou em uma apresentação inacabada e um clima pesado frente à plateia. Com 30 minutos de atraso no início show, a equipe do evento solicitou que a artista cortasse algumas músicas e deixasse o palco para a entrada da próxima atração.

Preta Gil e Wanessa Camargo se apresentam juntas no palco do Milkshake Festival, em SP (Foto: Felipe Panfili/Divulgação)

A cantora, descontente com a situação, abriu o jogo com o público e se recusou a sair do palco. “Estão querendo que eu corte o show e saia. Ainda faltam 5 músicas. Vocês querem que eu continue ou termine?”, perguntou. Após pedidos para prosseguir, a cantora informou: “São vocês que mandam aqui”.

Mas ao terminar a faixa “DNA”, a produção do festival entrou no palco desligando, imediatamente, todos os equipamentos, retirando a banda do palco e cortando o áudio de Wanessa.

Em protesto, a artista sentou-se à beira do palco e, mesmo com seguranças em volta e as luzes apagadas, continuou cantando sem microfone.

Daniela Mercury em show no Milkshake Festival (Foto: Felipe Panfili/Divulgação)

Geração da representatividade

Se antes a comunidade LGBT sofria com a falta de diversidade na mídia, tendo apenas as divas pop como defensoras da causa, hoje o cenário é outro. Prova disso foi o lineup composto por grandes representantes da bandeira.

De nomes consagrados, como Daniela Mercury, aos mais importantes artistas LGBT’s da atualidade, como Pabllo Vittar e Gloria Groove, o público do Milkshake Festival virou a madrugada de sábado para domingo sob alegria, protestos e discursos em prol do respeito e da igualdade.

Um dos pontos altos da noite foi o show da banda paulista As Bahias e a Cozinha Mineira, liderada pelas transexuais Assucena Assucena e Raquel Virgínia.

Outro destaque foi a apresentação de Pabllo Vittar. A drag queen apresentou os seus maiores sucessos, como “K.O” e “Corpo Sensual”, convidando Mateus Carrilho (ex-integrante da Banda Uó) e Alice Caymmi ao palco.

Na sequência, as drags Gloria Groove e Lia Clark encerraram o palco principal “Live Stage”, por volta das 5h da manhã. O evento ainda contou com uma after party na área vip, que seguiu até às 8h.