No Domingo, 7 de setembro, o The Town transformou o Autódromo de Interlagos em palco principal para o rock e o punk nacional. Se internacionalmente o dia foi coroado por nomes como Green Day, Bad Religion, Bruce Dickinson e Iggy Pop, foram os artistas brasileiros que deram o tom de intimidade, potência e identidade local — mostrando que o rock nacional não está apenas presente, mas liderando vários momentos de destaque.
Desde cedo, o público pôde ver Capital Inicial subir ao palco Skyline para um show que mesclou clássicos e energia, provando que, mesmo com décadas de estrada, ainda há gás para incendiar multidões. A proximidade com as gerações mais jovens parece cada vez mais natural, e o repertório da banda alcançou tanto quem viveu os anos dourados do rock nacional quanto quem chega agora.
No palco The One, Pitty e CPM 22 foram dois dos grandes destaques. Pitty entrou como voz forte de autenticidade — suas composições, sua entrega de palco, e sua presença foram capazes de unir quem buscava cantar seus hinos com quem desejava sentir o peso da emoção viva do rock nacional. CPM 22, por sua vez, trouxe aquele vigor clássico do hardcore melódico brasileiro: refrãos que se tornam gritos compartilhados, riffs que reverberam, conexão com a base de fãs construída nos palcos e nas ruas.
Outro momento especial foi o encontro punk realizado por Inocentes & Supla, que simbolizou muito do que o rock raiz fez por São Paulo e pelo país — a resistência, a irreverência, o espírito DIY e a união de gerações. Ver uma lenda do punk se unir a nomes de diferentes épocas reforçou que esse gênero não envelhece, apenas se reinventa.
Além das bandas mais consolidadas, o dia também trouxe variedade dentro do rock nacional: do som pesado de Black Pantera no Palco Quebrada à presença da banda Tihuana com sua turnê de despedida no Palco Factory. Esse mix de tradição, história, relevância social e diversidade sonora deu pano pra manga, mostrando que “rock nacional” nunca foi um só som.
Em suma, o dia 7 de setembro no The Town deixou claro que o rock nacional não está ali como mero coadjuvante. Ele foi protagonista. Cada banda trouxe sua marca: seja na voz, nos riffs, no repertório, na atitude. Foi um dia para chamar pra si — para reafirmar raízes, emocionar plateias e lembrar que, quando o assunto é rock, o Brasil ainda tem muito para mostrar.