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Entrevista: Marcelo Lobatto fala sobre os desafios e o papel do empresário artístico

De acordo com dados divulgados no último ano pela Pro-Música Brasil, representante nacional da IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica), o Brasil teve um crescimento de 32% na indústria musical, com uma receita gerada de 2,1 bilhões em 2021, mantendo a 11ª colocação no ranking mundial IFPI Global Music Report.

Com o mercado aquecido e artistas nacionais ganhando cada vez mais notoriedade em todo o mundo – como é o caso de Anitta -, conseguir transformar arte em negócio e alcançar uma carreira sólida têm se tornado o sonho e meta de muitos artistas no país. Mas além do talento, é preciso domínio do setor e uma equipe disposta e preparada para lidar com todos os desafios que tangem esse universo.

Um dos principais pilares para fazer a ‘máquina de sucesso’ acontecer é o empresário artístico, responsável por toda a gestão do artista. É ele quem será responsável por agregar valor à persona artística, traçar estratégicas de divulgação e crescimento, relacionar-se com parceiros do mercado e se tornar o ‘fiel escudeiro’ daquele artista.

No Brasil, um dos principais nomes nesta função é Marcelo Lobatto, ex-empresário do Marcelo D2 – com quem trabalhou por 27 anos – e responsável pelas carreiras de Pitty, Planet Hemp, Nando Reis e BK. Marcelo também é um dos nomes escalados para o LEP Music Day, workshop de empreendedorismo musical que acontece em Botafogo, no Rio de Janeiro, nesta quinta (2) e sexta-feira (3).

“Um empresário representa a indústria da música. Não existe a indústria sem o artista, mas já parou para pensar no artista sem a indústria? A indústria existe para que a arte seja exposta e apreciada, assim como o artista existe para criar a arte” explica Lobato.

De acordo com o empresário “conhecer e entender os movimentos que servem e serviram de base para a música popular brasileira” é uma da características essenciais para quem deseja se arriscar na profissão. “Entender da arte é entender do mercado”, completa.

Outro ponto importante para a profissão é saber se adaptar às mudanças cada vez mais rápidas da indústria musical, principalmente na era do streaming, onde a forma de consumo mudou completamente nos últimos anos e têm mudado frequentemente com a chegada de novas plataformas.

“Todas as transformações foram difíceis, complicadas, mas foram mais lentas do que a revolução do streaming e do que estamos vivendo agora. A democratização da produção, da divulgação…” relembra. “É por isso que o artista precisa de mais gente trabalhando com ele. O artista precisa de uma equipe para fazer a arte funcionar”.

Além do conhecimento de mercado, relacionamento, desenvolver um artista também requer investimento. E este é uma das principais dificuldades para começar. É uma aposta alta, que precisa ser guiada por uma estratégia bem definida junto de toda a equipa. “O principal problema sempre é a verba. Para fazer um artista completo, você precisa de R$ 500 mil, por aí. Dependendo do segmento, é uma fortuna! Você precisa não só cuidar do artista, mas gerenciar a equipe que trabalha com ele, onde ele é divulgado, para onde ele está caminhando… é necessário saber onde investir para o artista crescer” conta Marcelo.

Para o evento, que receberá aspirantes e profissionais da música de todo o país, o empresário fará um repasse sobre os acontecimentos da indústria e como está o cenário atual, além de dicas de como o artista deve se posicionar. Tudo isso em bate-papo no painel “Como conseguir um empresário”, que acontece no dia 2.

“O mercado tem exigido cada vez mais do staff, precisando de cada vez mais profissionais. Uma carreira artística é um trabalho em conjunto”, ressalta Lobatto, que sinaliza a importância de eventos deste tipo para a capacitação e formação de profissionais qualificados para atuar no ramo.

Além da presença de Marcelo Lobatto, o primeiro dia contará com palestras de Proposta Artística e PHD Artístico, com Geovane Bento; Proposta Musical, com Rafael Sena; Direitos Autorais, com Priscilla Crespo e “Definindo ações de marketing digital”, com Rapha Gomes.

Já no segundo dia, Show Hipnótico, com Rafael Sena; “Você é a sua melhor marca”, com Rapha Gomes, “A segurança do seu patrimônio”, com Karini Madeira, da patrocinadora CNseg; “A importância da Performance e da naturalidade”, com a convidada do dia a cantora e compositora Liah Soares; Formas de Financiamento, com a Secretária Estadual de Cultura Danielle Barros; Direitos de Imagem, com Priscilla Crespo; “Dominando as Plataformas de Streaming”, com Geovane Bento e diversas outras programações bônus como Captação de Recursos e Leis de Incentivo. Ao final, o evento ainda contará com um pocket show com a cantora Liah Soares.

Os ingressos para o LEP Music Day ainda estão disponível no site oficial do evento www.lepmusicday.com.br .