O grupo brasileiro Teatro Mágico esteve na última sexta-feira, 13, no Espaço das Américas, em São Paulo, apresentando o seu quinto álbum em estúdio, intitulado “Allehop”. Com casa cheia, os paulistanos dividiram o palco com o cantor Nando Reis, que também se apresentou no local na mesma noite.
Com 10 faixas inéditas, o novo material apresenta uma sonoridade bem diferente da que o público estava acostumado. A música eletrônica, por exemplo, é um forte elemento encontrado no álbum, produzido por Alexandre Kassin (Caetano Veloso, Gal Costa, Vanessa da Mata e Los Hemanos).
Em uma retrospectiva rápida, para você, quais foram as principais mudanças deste disco, com relação aos anteriores?
A principal diferença deste álbum, é que o Teatro Mágico sempre teve uma trajetória muito orgânica, acústica, e experimentamos agora fazer algo mais eletrônico. Nós pensamos: “poxa vida, todos escutam o Teatro abraçados, em volta da fogueira, agora queremos ver na pista”. Então pensamos em todo esse aspecto, cores, letras, para ver como faríamos para dialogar com isso. Por mais que fossemos falar sobre coisas do cotidiano, tinha que ser de uma maneira mais construtiva e positiva. O álbum vem num momento de tanto ódio esparramado no país, e apresentamos essa coisa mais festiva. Não aquém dos problemas, mas olhando para as coisas com positividade.
Como foi o processo criativo do álbum?
Eu compus as 10 músicas do álbum, e grande parte delas em parceria com o Daniel Santiago, que é o nosso arranjador e produtor musical. Também teve parceria com o Jeneci, Lucas Silveira, Dani Black, Danilo Souza. É aquela alegria de primeiro álbum, com uma pressão mais moderna de timbre. Toda a composição foi feita em São Paulo, e a pré-produção no computador. Depois, levamos tudo para o Rio de Janeiro e criamos as camadas com os instrumentos originais. Foi uma maneira nova de fazer, pois eu sempre fiz com a banda, e agora foi tudo através do computador. Somente na última etapa, gravamos em cima, com a banda.
De onde vem o nome “Allehop”?
“Allehop” é um grito ancestral do circense. Antes de entrar no palco, ou se jogar no trapézio, ele grita: “Allehop”, “Allehop”. Então, essa contagem de “vamos embora”, “pra cima”, “se joga”, convida muito pra tudo isso.
E como foi a parceria com o Lucas Silveira, da banda Fresno?
O Lucas é um companheiro querido. Nos conhecemos através da banda Glória, e passamos a conversar e frequentar a casa um do outro. viramos parceiros de um coletivo de música chamado “Rejunte”, que discute a questão da música livre. E começamos a fazer música. De repente, estávamos com a base de uma música chamada “Deixa Ser”. Estava quase pronta, mas faltavam alguns pedaços de letras. O Lucas foi e canetou um monte de coisa, mandou. Eu ouvi, mandei pra ele novamente e fomos peneirando, peneirando, até que saiu. Nós lançamos o clipe, também em parceria com o Daniel Santiago. E tem a outra música, “Quando se distrai”, que ele faz apenas a guitarra.
Você já consegue perceber como o público tem reagido com as novas músicas?
Muita gente está curtindo. 80% mergulhando, adorando. E a outra parte ainda está ouvindo, conhecendo e se acostumando.
Qual a sua faixa predileta?
Eu não tenho uma faixa predileta. Todas as faixas são meus filhos. São queridas (risos).