Chegou ao fim a primeira edição do The Town na cidade de São Paulo. Foram inúmeras apresentações nacionais e internacionais tomando conta da Cidade da Música, montada no Autódromo de Interlagos, durante os 5 dias de festival. E os artistas nacionais escalados para esta edição se destacaram e ganharam o público com apresentações grandiosas, principalmente no último dia, considerado o mais pop – e aguardado pelos fãs do gênero.
IZA apresenta novo álbum no palco Skyline
Com um show repleto de convidados especiais, IZA fez sua estreia no festival abrindo o Skyline. Ela surgiu com um figurino marrom semitransparente de tirar o fôlego e um cenário feito em aço reciclável, incluindo escadas que serviram de apoio para a coreografia de seus 20 bailarinos. A artista tomou conta do palco e colocou todo mundo para cantar junto em músicas já consagradas em seu repertório como “Dona de mim”, “Ginga” e “Pesadão”. Mostrando que é uma máquina de fazer hits, IZA apresentou canções de seu novo álbum – “Afrodhit”, lançado no último mês – mas que já estão na boca do público como “Nunca mais” e “Que se vá”.
Para o delírio de quem acompanhava a performance da cantora brasileira nesta tarde de domingo, artistas que participaram de seu último trabalho surgiram no palco do The Town. MC Carol mostrou o feat “Fé nas malucas” antes de agitar os funkeiros de plantão com um trecho de “Meu namorado é maior otário”. L7nnon colocou todo mundo para responder “Ai, Preto”, além de cantar “Fiu, Fiu”. A participação de Djonga trouxe um momento impactante para o show, com “Sintona”, colaboração entre os dois, e “Leal”, composição do rapper mineiro.
Marina Sena e sua homenagem à Gal Costa
O sol, ainda que tímido, desta tarde de domingo (10) refletia a energia calorosa de Marina Sena, que preparou um show totalmente exclusivo e dedicado à Gal Costa, lendária cantora brasileira de quem é confessadamente grande fã. “Ensaiei a minha vida inteira para este show, canto Gal desde que eu nasci”, afirmou Marina, no início da apresentação. O repertório incluiu clássicos como “Quando você olha pra ela”, “Força estranha” e “Meu nome é Gal”, além de “Brazil”, cover de Cazuza, no momento mais roqueiro do show. Mas o foco era a homenagem a uma das maiores vozes brasileiras – segundo Marina, a maior voz não só de nosso país, mas do mundo. “Vou sair uma cantora muito melhor depois desse show. Gal é uma escola de canto”, declarou a cantora, que queria entregar uma performance à altura de sua “xará” de aniversário: ambas librianas, nascidas em 27 de setembro. A voz de Gal Costa é eterna e inigualável, mas Marina Sena mostrou-se apta ao trabalho de honrar o legado da artista.
Pabllo Vittar faz primeira com performance com banda e não decepciona
Pabllo Vittar é sempre um espetáculo e a grande expectativa girava em torno da inédita apresentação com banda da cantora, além das convidadas especiais. “K.O” já chegou nocauteando todo mundo junto a um look arrebatador dela: um terno elegante e ao mesmo tempo ousado. Depois de muito rebolado e de sair do chão ininterruptamente com os sucessos “Triste Com T” e “A Lua”, Pabllo convidou a cantora e amiga Liniker para um dueto em “Disk Me”, com direito a dancinha a dois, e de “Baby 95”, em um verdadeiro encontro do agudo com o grave nas vozes das cantoras, que combinaram perfeitamente. Jup do Bairro subiu ao palco para a performance de “Descontrolada”, nova música feita em parceria entre as duas. Ao levar uma draq queen, uma trans e uma travesti ao The One, a Cidade da Música celebrou a real diversidade do Brasil, espelhada inclusive no público presente. E como Pabllo mesmo afirmou antes de se despedir do The Town: com ou sem banda, ela é o show dela.
Gloria Groove apresenta nova turnê e se mostra pronta para enfrentar um palco principal
“Os dias são de luta, mas as noites são de glória”, disparou Glória Groove, antes de entrar no palco The One, tomado por uma multidão pronta para não ficar um segundo parado sequer. A apresentação marca o início da turnê “Noites de Glória” e mostrou toda potência, vocal e cênica, da diva pop. A Bonekinha surgiu com um look angelical na primeira parte de uma performance dividida por atos e foi acompanhada por um coral gospel, dando o tom ao início do show com “Sobrevivi”. O palco, tomado ainda por uma banda e mais 20 bailarinos, pareceu se transformar em um teatro com a performances da artista, que segurou o público com baladas mais melódicas e outras dançantes. Na segunda parte, ela voltou com um figurino todo rosa entoando seus hits mais conhecidos como “Bonekinha” e “Vermelho”.
Jão mostra que os homens também tem seu espaço no pop nacional
Jão levantou o público do início ao fim no último show do The One nesta edição do festival. Com uma apresentação repleta de efeitos e pirotecnia, o artista mostrou que comanda o palco e a plateia, e que tem a potência de um headliner. Um enorme dragão branco serviu de tela para projeções de luzes, que mudavam de cor conforme as músicas. Gritos de “Jão, tesão, bonito e gostosão” ecoaram pelo Autódromo de Interlagos, e o artista respondeu demonstrando que o carinho era recíproco. “Eu já estou apaixonado por esse show. Minha memória para sempre será de vocês”, disse o artista. “Vocês conseguem mensurar o quando estou feliz de estar aqui hoje? Vai ser um prazer cantar pra vocês”, disse antes de puxar “Acontece”.
O artista não deixou esperando aqueles que vieram para ver seu primeiro sucesso, “Imaturo” e o grande viral do TikTok, “Idiota”. Mas foi em “Vou morrer sozinho” que ele levou todos a loucura quando desceu do palco. Na canção seguinte, “Se o problema era você, por que doeu em mim?”, Jão subiu na cenografia de apoio que abrigava um piano e arriscou uma canção que estava fora do setlist original: “Maria”, em um momento carregado de emoção.