InícioCobertura de ShowsBad Religion não se intimida ao substituir Sex Pistols e faz show...

Bad Religion não se intimida ao substituir Sex Pistols e faz show avassalador no The Town

Na noite de domingo, 7 de setembro, o Autódromo de Interlagos viveu um momento especial para os fãs de punk rock: o Bad Religion subiu ao palco Skyline do The Town para preencher uma lacuna deixada de última hora pelo cancelamento do Sex Pistols.

A substituição, anunciada apenas alguns dias antes do festival, era arriscada — manter o clima punk do dia, garantir engajamento, convencer o público de que não haveria perda de energia. Nesse cenário, Bad Religion parece ter chegado com o peso histórico necessário: são mais de 40 anos de carreira, voltas ao Brasil recentes, repertório vasto e admirado, letras afiadas que traçam críticas sociais constantes.

Durante a apresentação, a banda percorreu muitos álbuns da carreira. Clássicos de No Control (1989), Against the Grain (1990) e Recipe for Hate (1993), junto com faixas mais recentes como “My Sanity”. Hits como “You Are (The Government)”, “21st Century (Digital Boy)”, “American Jesus” .

Além da música em si, o que deu peso para a noite foi o simbolismo: assumir o lugar de outra lenda do gênero (os Sex Pistols) não foi tarefa simples, mas reforçou a ideia de que punk não é só sobre choque ou postura, mas sobre coerência, trajetória e compromisso — e Bad Religion, com Greg Graffin à frente, investe nisso há décadas.

Foto por Moriva / The Town

A plateia acolheu a banda como substituta digna, viva, vibrante. O contexto de festival ajudou: já havia a expectativa de uma grande noite de punk/rock, com Bruce Dickinson e Green Day no mesmo palco, então Bad Religion não ficou isolada — contribuiu para manter o pulso da noite.

Em resumo, a apresentação do Bad Religion no The Town foi mais do que um show de substituição: foi uma reafirmação de relevância. Mesmo com pouco tempo de aviso, a banda mostrou que pode carregar o legado — não apenas com nostalgia, mas com conexão firme com o presente. Para muitos, foi um refresco ver que o punk não está acomodado: ele continua vibrando, incomodando, servindo de espelho para questões que ainda estão muito vivas.