Após enfrentar problemas pessoais e profissionais, que resultou em sua ausência nos palcos no último ano, Kesha finalmente vem retomando a sua carreira. A norte-americana, que atualmente se encontra em uma briga judicial para se livrar do contrato que mantém com o produtor Dr. Luke, não pode lançar nenhum material inédito até que a decisão final da justiça seja tomada, portanto, para sua volta ao Brasil, ela trouxe a turnê do disco “Warrior” (2012), que havia sido interrompida em abril do ano passado, por conta de um distúrbio alimentar.
Durante a apresentação em São Paulo, neste domingo, 25, o público pôde constatar uma evolução considerável no comportamento e também na aparência da artista – se comparada ao ano de 2011, quando esteve por aqui com a “Get Sleazy Tour”, com shows no Rock in Rio e na capital paulista.
Kesha – que em meio as mudanças, também deixou de lado o $ de seu nome – foi pontual, e subiu ao palco do Citibank Hall às 20h. De ‘cara limpa’, cabelo impecável e figurino ousado, ela abriu o show com a faixa que dá nome ao último disco e turnê, “Warrior“. Sem qualquer tipo de esforço, a loira causou histeria entre o público que aguardava ansiosamente o retorno da hitmaker. “Who We R” e “Blow” deram sequência ao primeiro ato.
Escapando um pouco do que já havia sido apresentado nos shows da ‘Warrior Tour’, Kesha presenteou os fãs brasileiros com a inédita “Machine Gun Love“, aproveitando a situação para mandar um indireta a Dr. Luke. “Essa música deveria estar em meu disco, mas eles não gostaram, então já que mandei aquele cara se f****, finalmente posso canta-la“, disse antes de iniciar . Ela também, claro, separou alguns momentos da apresentação para fazer o que mais gosta: polemizar. E foi em “Take It Off” que ocorreu o primeiro momento ‘Kesha Is Back‘ da noite, quando a cantora chamou ao palco um fã aniversariante, enrolando-o num plástico, e fazendo uma lap dance com o admirador. Até beijo na boca de seu músico rolou.
O hit “Blah Blah Blah“, gravado em parceria com a dupla 3OH!3, foi um dos pontos altos da noite, mas não superou a segunda grande surpresa. “Ninguém no mundo ouviu isso antes“, anunciou Kesha, antes de cantar o sucesso mais recente, “Timber“, com trechos exclusivos, substituindo o rapper Pitbull, com direito a bailarinos vestidos de cowboy e um hipopótamo gigante inflável no palco.
A californiana também é conhecida por defender com unhas e dentes a comunidade LGBT , e com razão, se considerarmos que a maior parte de seu público está presente neste nicho. Como forma de homenagem, em “Your Love Is My Drug” bandeiras dos Estados Unidos, com as cores do movimento gay, foram levantadas no palco pelos bailarinos. O clima de festa só aumentava, e tomou completamente o local nos primeiros acordes de “Tik Tok” – primeiro e maior sucesso de Kesha, lançado em 2009. Chuva de papel picado, serpentina, fumaça e até um salto totalmente inesperado da cantora no público estiveram presentes nos, aproximadamente, 4 minutos de música.
O bis ficou por conta de outro grande sucesso, “Die Young“. A faixa foi banida das rádios em pleno auge, por seu conteúdo ser considerado ofensivo, após o massacre em uma escola de Newton, em Connecticut, em 2012.
Pichorras recheadas de camisinhas personalizadas foram quebradas ao fim do show, enquanto um papai noel descontrolado fazia um cover de “Fight For Your Right“, dos Beastie Boys, e a cantora corria enlouquecidamente pelo palco, tentando abaixar as calças de todos os seus músicos.
A fase cinzenta na vida de Kesha aos poucos vai sendo deixada para trás, e no momento, a única preocupação dela é se divertir. Mesmo com a ação judicial rolando, há grandes chances do lançamento de um novo trabalho acontecer ainda este ano. A loira já confirmou que está trabalhando em novas faixas.
Nos próximos dias a cantora dará continuidade à agenda de shows no país. Florianópolis receberá a ‘Warrior Tour’ no sábado (30), no Music Park, e no domingo (31), é a vez de Kesha desembarcar em mais um festival, o Planeta Atlântida.