Referência entre o público jovem desde a sua estreia em 2011, o Z Festival tem investido forte em apostas teens nacionais e internacionais. O evento, que em edições passadas trouxe grandes nomes já consagrados como Justin Bieber, Demi Lovato, McFLY e The Wanted, desta vez optou por novos nomes da indústria musical, mas que já fazem a cabeça da garotada.
Após passar por Brasília, a quarta edição do festival foi concluída ontem (12), no Espaço das Américas, em São Paulo. Os gritos incansáveis na imensa fila, formada logo cedo ao redor da casa de shows na Barra Funda e composta, em sua maioria, por pré-adolescentes acompanhados dos pais, já anunciava que o dia seria de muito barulho.
Antes mesmo da primeira apresentação, que ficou por conta dos brasileiros da banda Fly, os fãs já chamavam pelas grandes estrelas do evento: a girlband formada a partir do reality show “The X Factor“, Fifth Harmony e Austin Mahone. Durante parte do show, meninas corriam de um lado para o outro na tentativa de conseguirem uma foto com diversas celebridades da web, que do camarote desfilavam e acenavam para a plateia.
Anunciado como de príncipe da ostentação, MC Gui entrou no palco às 18h35. Na companhia de diversos bailarinos, o cantor mirim do funk apresentou os hits “O Bonde Passou” e “Beija ou Não Beija”, esbanjando simpatia e estilo. Assim como Anitta, Gui dá uma nova cara ao funk, misturando fortes influências pop, coreografias bem elaboradas e letras mais leves, sem o forte apelo sexual que, por muito tempo, foi característica do gênero.
Já durante a noite, Midnight Red foi a primeira atração internacional a se presentar. O grupo foi confirmado alguns dias após o anúncio do lineup e mesmo sem contar com uma fã-base considerável, arrancou suspiros das meninas com suas danças e tanquinhos que eram mostrados com frequência. Os garotos, que ficaram conhecidos mundialmente por covers postados na internet, abriram o show com “Diamonds“, de Rihanna. O ponto alto da apresentação ficou por conta do single “Take Me Home“.
O grande diferencial deste ano no Z Festival, foi que o público se manteve ‘ligado’ do começo ao fim. Além de shows animados, o intervalo entre uma apresentação e outra era de no máximo 20 minutos, tornando-o menos cansativo para os fãs e claro, para os pais.
O grande destaque da noite
Com o palco de Austin Mahone já montado desde o início do evento, as demais apresentações se mantiveram simples no quesito produção, como bandas de abertura. O que não se esperava, era que o headliner, na verdade, fosse a atração que anteciparia o show do astro teen. Grande parte do público aguardava ansiosamente as meninas da Fifht Harmony – inclusive a funkeira Valesca, que é fã declarada do grupo, e fez questão de ir até o camarim antes do show conhece-las pessoalmente.
Após a saída do programa, Lauren, Camila, Ally, Normani e Dinah lançaram o EP “Better Together”, mostrando um estilo mais suave e comportado, que limitava um pouco o verdadeiro talento e personalidade presente em cada uma delas. Prestes a lançar o primeiro CD, Fifht Harmony conquistou de vez o público e as paradas de sucesso com a estreia do hino 100% feminista “BO$$”. A mudança não foi só no som, mas também no visual. Uma dose de sensualidade e atitudes dignas de divas da música agora acompanham as garotas que já levaram o prêmio de aposta do VMA este ano.
Já na abertura as integrantes mostraram todo o talento vocal cantando a capella de “Chandelier”, da cantora Sia, emendando, em seguida, ao primeiro single da carreira do grupo, “Miss Movin’ On“. Visivelmente emocionadas, todas portavam um item do Brasil no corpo. Antes mesmo da chegada ao país, as meninas já mostravam toda a empolgação com a visita através das redes sociais. “Better Together“, “Me & My Girls” e “Them Girls Be Like” foram algumas das músicas presentes na setlist e cantadas em coro por todos os fãs. O show de pouco mais de uma hora foi encerrado com o sucesso “BO$$“.
O novo queridinho do POP
Mesmo com a saída de várias pessoas da pista premium após o show da Fifth Harmony, as fãs que permaneceram no local não deixaram a desejar e gritaram sem parar com a entrada de Austin Mahone no palco – que finalmente foi revelado com diversas luzes e efeitos. Até a transmissão no telão ganhou um novo formato durante o show do astro, com uma grua.
Simpático, Mahone, ao lado de bailarinos, resgata o que há muito tempo não se vê no cenário pop masculino. Menos rebeldia e apelação ao corpo e muita dança. Um dos maiores sucessos do cantor, “Say You’re Just A Friend“, foi executada logo de cara causando histeria na plateia.
O garoto parece às vezes esquecer da potência vocal que tem e dá mais atenção aos movimentos, dançando mais do que canta. Ainda assim, a sonoridade de Austin consegue ser diferente e se destacar por conter uma essência que era vista nas antigas boybands, como Backstreet Boys. O resgate do som talvez seja o que tenha causado tanto impacto do americano no público.
Além dos sucessos como “Mmm Yeah” e “Secret“, Austin também deu espaço para covers de artistas que admira. “All Of Me” de John Legend e “Stay With Me” de Sam Smith foram alguns dos poucos momentos em que o cantor deixou a dança de lado. Uma fã também teve a sorte de ser chamada pelo próprio ídolo no palco, aumentando ainda mais os choros e gritos entre as admiradoras.
Quem assistiu ao Z Festival no ano passado, poderia jurar que o evento não voltaria a acontecer. Mudança de local, line-up fraco e não muito empolgante, mas a produtora responsável acertou em cheio e, mesmo com ‘novatos’ no palco este ano, conseguiu trazer de volta a energia sentida nas primeiras edições.