Pitty apareceu no palco The One, no festival The Town, neste domingo, 7, num dia em que o rock nacional foi mostrado com orgulho, e fez um show que misturou nostalgia, potência e emoção.
Logo de cara, ficou evidente que a cantora baiana não veio fazer volume: com figurino marcante — blazer, coturno, maquiagem carregada nos olhos —, ela trouxe tanto seu lado mais agressivo quanto o mais poético.
O que se viu foi uma multidão envolvida, especialmente nos momentos de sucessos da sua carreira. “Na Sua Estante” foi interpretada num momento intimista, só ela, a plateia, um violão, e o estádio inteiro repetindo a música a cappella, algo que rende arrepios — há algo de mágico quando se consegue transformar um festival gigantesco num espaço de comunhão entre artista e público.
Também teve espaço para a dramaturgiade Pitty: música pesada, atmosferas mais densas, interação com quem estava ali para ouvir não só o barulho, mas sentir. Houve roda-punk, empolgação, momentos em que a voz dela soou crua — bonita — em contraste com a energia alta da banda. Um pedido de casamento ao som de “Equalize” acabou virando uma espécie de símbolo do show: sentimental, sincero, humano — uma pausa de ternura num mar de distorção e aplausos.
No fim, Pitty entregou um show que deve ficar na memória — forte, vibrante, com sua voz intacta, sua entrega de palco verdadeira, e repertório que dialogou com sua base de fãs de longa data, mas também com quem está chegando agora. Foi um momento de reafirmação: a de que ela continua relevante não por nostalgia, mas por consistência.
