O começo de 2014 foi marcado pelo fim precoce do grupo Girls. Formado a partir do reality show Fábrica de Estrelas, no Multishow, as cinco vencedoras integraram a nova gilrband de Rick Bonadio (produtor do fenômeno brasileiro Rouge) e tiveram a missão de trazer de volta ao cenário musical nacional o estilo pop.
Após algumas apresentações pelo país, e em programas de rádio e televisão, as meninas entraram em hiato e com isso, surgiram também as dúvidas sobre um possível fim do grupo.
A confirmação aconteceu no final de janeiro, quando a mãe da integrante Ani Monjardim, desabafou em uma rede social, dizendo que as garotas foram expulsas do apartamento que estavam morando, em São Paulo, sem tempo até mesmo de trocarem a roupa do corpo.
Sem uma declaração oficial de Rick Bonadio, ou da gravadora Sony Music, diversas incógnitas sobre o real motivo do fim do Girls ficaram no ar.
A ex-integrante Jeniffer Nascimento falou com exclusividade ao Portal da Música e contou um pouco sobre a sua trajetória, o grupo e também de projetos para o futuro. Confira:
Como e quando você começou a cantar?
Eu comecei aos cinco anos, como atriz. Sempre gostei e pedi pra minha mãe me levar para fazer curso de teatro. No final do curso surgiu uma audição para um musical. Eu sempre gostei de cantar, fazia aula de voz, mas não achava que tinha dom pra isso. Então, eu fiz esse teste que era para o musical do Peter Pan e passei. A partir daí eu comecei a trabalhar, fazer aulas de canto e descobri que eu cantava mesmo. Isso foi em 2007.
Quais são as suas inspirações na música?
Eu adoro a Beyoncé. Ela é minha inspiração em tudo, como artista. Ela está sempre estudando, sempre se reciclando, sempre fazendo uma apresentação melhor do que a outra. Canta muito bem, dança muito bem, atua. É o que eu busco pra mim. Gosto das três artes, por isso que eu fiz bastante musical, então me inspiro muito nela, porque ela consegue fazer as três coisas muito bem!
E o que te levou a se inscrever no reality? Você contou com o incentivo de alguém para enviar o vídeo?
Alguns amigos viram sobre o reality, no multishow, mas na verdade eu nunca gostei deste tipo de programa. Eu sempre achei que no Brasil as pessoas ganham e depois somem. Então, eu sempre tive receio de realitys. Mas, o Fábrica era uma girlband, era pop, eu adoro o estilo e sabia que seria uma proposta de cantar e dançar, que é o que eu gosto de fazer. O musical tinha acabado e eu tinha feito testes para o musical do Rei Leão, mas não passei, então eu falei: “bom gente, vou me jogar agora, né?!”.
Desde a sua primeira aparição no programa, era visível a torcida do Rick Bonadio por você. Em algum momento você sentiu indiferença das outras garotas, por conta disso?
(RISOS) Todo mundo me fala isso, só que eu tento explicar para as pessoas que eu não tinha a menor noção durante a gravação. Eu estava tão nervosa e eles ficavam no aquário, então a gente não escutava o que eles falavam. Durante o programa nenhuma das meninas me falavam nada, porque as provas eram individuais, então, nenhuma via a outra fazendo as provas. Só durante as dinâmicas, que eram todos juntos. Depois do programa que elas começaram a comentar sobre isso também!
Então você não sentia que ia ganhar?
Não.
Após ser escolhida, qual foi a sua maior dificuldade durante as gravações?
Pra mim foi tudo um desafio. Eu nunca tinha gravado em estúdio! Acho que a minha maior dificuldade, que foi também a minha maior conquista neste processo, foi que eu descobri a Jeniffer cantora. Eu sempre emprestava minha voz. Me emprestava para os personagens e no CD não. Eu tive que descobrir qual a voz da Jeniffer. Como a Jeniffer é? Qual a personalidade dela no palco? Então, me descobri, artisticamente falando!
E sobre mudar de casa e morar com as outras meninas do grupo?
Eu já morava em São Paulo, então ficou mais fácil. Só que eu fui morar com as meninas porque as quatro moravam juntas e já que éramos um grupo, eu queria me entrosar com elas. Eu acho que pra coisa funcionar no palco, ela tem que funcionar por trás também. Então, eu fui morar com elas para nos acostumarmos a conviver juntas. Mas óbvio, sempre que podia, estava na minha casa!
E como foi essa convivência entre vocês?
Foi muito legal! Na verdade eram dois apartamentos. Eu morava com a Bruna e a Natasha. É como se fosse um casamento. No começo foi tudo muito louco, porque você vai morar com pessoas que acabou de conhecer, que não eram suas amigas, que moravam em lugares diferentes, com valores diferentes do seu. Então, eu aprendi muito com elas e isso foi ótimo para quando entravamos em cena!
Segundo depoimentos da mãe da Ani, vocês foram pegas de surpresa. Isso procede?
Eu não acho que tem uma versão errada. Cada uma tem o seu ponto de vista. Ela como mãe da Ani, deve estar sabendo que ela sofreu. Cada uma recebeu de uma forma. Pra mim, eu vejo como a melhor experiência da minha vida! Por trabalhar desde os cinco anos, eu sei que muita gente que conheci ao longo da minha carreira, daria tudo pra estar lá. Mesmo que tivesse acabado cedo. Mesmo que fosse pra não ter cachê. É uma experiência única! Quando eu teria grana para gravar um CD, ser produzida pela Sony, gravar um mega videoclipe? Eu encaro de outra forma e acho que cada um tem seu direito de interpretar da maneira que achar correto!
E você acha que esses depoimentos dela interferiram em alguma possível reviravolta, ou, o fim já estava decretado?
Como a gente não tinha assinado o contrato ainda, eu acho que tudo poderia acontecer. Mas, já tinhamos “meio” que conversado. Não tinha ainda 100% de certeza. Então, de repente poderia acontecer alguma coisa, de repente não! Não deu tempo de saber!
E quais os seus projetos daqui pra frente?
Eu voltei a fazer aula de balé, piano, violão, pois, com o Girls vivíamos em função do projeto e não dava tempo. Pretendo focar na minha carreira solo. Quero desenvolver um projeto que eu acho que é a minha verdade, sabe?! Eu sempre achei que o meu forte era emocionar as pessoas, então quero algo assim.
Com tudo isso que aconteceu no último ano, com o Girls, qual o aprendizado que você irá levar pra sua vida?
Nada na nossa vida não é por acaso. Tudo tem um porquê. Mesmo que não seja para dar certo, tem um porquê. Então, eu acho que a gente deve aproveitar o máximo possível. Tentar entender o motivo de certas coisas. Isso faz parte da evolução. Tanto coisas ruins, como coisas boas. Pode não ter dado certo, mas ainda assim, nós ganhamos uma família, ganhamos muitos fãs, pessoas que vão nos acompanhar. E eu acho foi isso que eu tirei do Girls, que devemos sempre ver o lado bom das coisas, para tentar evoluir, pois se pensarmos só no negativo, você vai ficar vivendo do que poderia ter acontecido e nunca vai conseguir seguir em frente!
Então, pra você, valeu a pena?
Muito!
A cantora deixou um recado para os seus fãs e anunciou o lançamento de um vídeo novo para esta semana. Assista: